Depressão: como aparece?

13/05/2021

Teoricamente, se formos pensar na depressão segundo Freud, poderíamos falar basicamente sobre um luto mas sem estar direcionado especificamente para um objeto. É como se o indivíduo estivesse em profunda tristeza de que algo foi perdido na sua vida mas não compreende a razão e, muitas vezes, nem entende o que perdeu.
Esse é um dos estigmas que a depressão carrega: "Ah mas ele tem tudo na vida, família, emprego, dinheiro... Como pode estar em depressão?!".
Pode sim!

Como falei antes, a depressão se mostra como uma resposta a algo que foi perdido mas não se sabe o quê. Essa perda não precisa necessariamente ser concreta (como numa separação, por exemplo), ela pode até mesmo representar a quebra de sua própria identidade.

Diferentemente dos episódios em que nos sentimos tristes (inerente a todo ser humano), na depressão outros sistemas afetivos também podem estar envolvidos nesse conjunto de sintomas. Segundo a neuropsicanálise, tais sistemas são os que se relacionam à conexão humana, ao interesse pelo mundo e à raiva a partir da perda.
Resumidamente, quando alguma conexão essencial do indivíduo é perdido, seu sistema de busca pelo mundo é "desligado", ao passo que o sistema da raiva é "ativado". Ou seja, o vínculo perdido gera uma baixa de humor e energia, desinteresse pela vida e autoculpabilização, o que reflete a difícil dinâmica de tratamento da depressão.
Isso faz sentido pra você?

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© 2021 Liliane Pusas, Psicóloga. CRP 06/105652
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